segunda-feira, 28 de março de 2011

O Casamento ( faz parte da minha autobiografia)


Eu estava lavando o fusca, tinha que entrega no dia seguinte para a locadora, mais de 15 dias comigo, aluguei para fazer entregas de fotos, o resultado tinha sido um pouco satisfatório.
Quando chegou um amigo e me pediu para levá-lo ao cartório  para casar, contou que não tinha dinheiro para pagar um táxi, pois a distancia era um pouco grande 14 km de Santarém, e eu poderei ser o fotografo do casamento.
 Mogi dos campos “hoje Cidade”, mais antes pertencia a Santarém, como ele tinha uma irmã eu não podia decepcionar e também ganhar uns trocados. Então aceite leva-lo para o enforcamento, que seria no dia seguinte.
Fui até a locadora e renovei mais dois dias de aluguel; tínhamos combinado que as 7:00 horas eu passaria para apanhá-los;e no dia seguinte cumprir o horário e quando cheguei à casa do noivo, ele ainda não estava pronto, faltava à gravata, o noivo perguntou se eu tinha uma gravata: - disse que sim! Fomos buscar a gravata a onde eu morava; já acompanhado de um convidado que seria seu primo.
 O noivo daquele tipo vagaroso, sem muita pressa, fala mansa, escolheu uma, entre as três que eu tinha como um bom fotografo; gravata e paletó era indispensável no traje.
Resolvido à escolha, fomos à casa da noiva; ela já tinha partido em outro carro, seguimos para o cartório. Mujuí dos Campos tinha duas opções para chegar até lá, pela Santarém-Cuiabá  ou pela estrada Santarém  Curua-Uma PA370; como eu estava próximo a BR 163 “Santarém-Cuiabá”, toquei o pé rumo ao enforcamento do amigo, era só uma alegria, piadas e o fusca amarelo 1300 ano 80, fazia a sua parte, passamos pelo 8° BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), a onde eu servir em 73, ele também recentemente tinha dado baixa; e foi motivo de conversa, quando percebi que estava passando por Bel terra, quando resolvi para o carro e perguntar a trajetória; e a informação que eu tive; que eu tinha passado e eu deveria ter entrado na PA 431, e estava muito distante do local desejado.
E logo o noivo entrou em desespero dizendo:- Perdi meu casamento!
-- olhei com vergonha e disse: - não perdeu não! E coloquei o fusca de volta; o noivo estalava os dedos nas duas mãos, o ocupante atrás, no meio do banco parecia apavorado mais em silêncio; estávamos com mais de 100 de velocidade; e numa curva, isso há quase 20 minutos depois da parada capotamos: não sei quantas viradas, mais ficamos varias vezes de cabeça pra baixo e paramos no meio de uma roça, bem próximo a um toco de árvore daquelas que tinha sido grande; foi por pouco que não batemos no tronco da árvore.
Saímos com ajuda dos proprietários do terreno, que ouviram o barulho da capotagem e foram nos ajudar
O motor do fusca ficou funcionando, mais as duas rodas ligada ao diferencial não tinha atração; desliguei o motor e com ajuda, reviramos o fusquinha, com a capú todo amassado e o pára-brisa da frente espatifado, fiquei com alguns ferimentos leve no rosto, igualmente o azarento do noivo, seu primo, às vezes tinha vontade de rir, do desespero do noivo, sua camisa branca ficará toda suja devido a poeira, levantada pelas rodas do carro.
Logo algumas pessoas da área começaram a chegar e comentavam um tanto desconfiados de nós; trouxeram água para bebermos. Nessa altura do campeonato eu pensava como chegar de volta, os poucos carros que passava; passava em grandes velocidades.
Não sei quem deu a idéia de irmos andando; o noivo andava como se estive porre, camisa aberta e a gravata na mão; eu com o calor tirei a camisa e deixe que o vento bate-se em meu peito; seguimos um distante do outro, e de nada servia estender as mãos pedindo carona, pois ninguém parava pra nós.
Até que um caminhão com carregamentos de bois, parou e fomos em cima da carroceria; quando eu olhava para o noivo eu ria e todos riamos, no fundo eu agradecia a Deus por estamos vivos.
Era quase 2 horas, quando chegamos, agradecemos o motorista que estava acompanhado de uma mulher.
A casa do noivo ficava perto da rodovia e pra nossa surpresa o pai da noiva nos recebeu com palavrões; chamando o noivo de canalha de moleque e jogou também a culpa sobre mim, dizendo eu ser culpado por ter levado o noivo pra não casar.
Não tivemos tempo para explicar o que de fato tinha acontecido à família da noiva queria nos quebra de pancada, eu e o noivo azarento, somente o primo do noivo consegui explicar para algum parente o que tinha acontecido e os ânimos foram se acalmando.
Restava agora realizar o bendito casamento e fomos de táxi até Mojui dos Campos. Chegando lá tive que usar minha diplomacia para convencer o tabelião realizar a cerimônia, que não foi difícil, quando paguei de novo.
Depois do sim dos noivos; fomos pra casa da noiva celebrar entre comes e bebe e as lembranças do que tinha acontecido.
Eu fui pra casa contabilizar os prejuízos que contarei no próximo capítulo.
                 
  
               
   
 
            
           
  

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